Começo por esclarecer que não acredito. Sim, há coisas que, de tão absurdas, ou aconteceram connosco ou devemos encará-las com as maiores reservas. É o caso do episódio da expulsão do técnico do Estoril, Vinícius Eutrópio, no último jogo dos canarinhos com o Sporting para a Taça de Portugal, uma expulsão que não me custou a admitir, tal o “espetáculo” a que o treinador brasileiro se vinha prestando, com reclamações permanentes.
O problema está no que o árbitro Pedro Proença terá dito na altura da expulsão, segundo “seu” Vinícius: “Isto aqui é a Europa!” Explicando melhor a ideia do juiz de campo, o que ele de facto queria dizer é que “isto não é o Brasil!”
Se essa frase foi proferida, é lamentável. O chauvinismo, parente próximo do racismo, é impróprio de um país civilizado.
Pedro Proença terá, portanto, andado mal. Mas fez muito pior. É que se tivermos em conta o estado em que se encontram hoje as economias de Portugal e da Europa, e o crescimento que se verifica no país-irmão, o que Proença devia ter dito e não disse a Eutrópio foi: “Isto não é o Brasil… infelizmente!”
Passe curto, a publicar na edção impresa de Record de 22 outubro 2010