SOBEM
Luís Amado
Numa altura em que Portugal parece o mais desgraçado dos países e o português o mais infeliz dos povos, eis que a nossa diplomacia, conduzida pelo que é talvez o mais sereno, o mais discreto e o mais competente dos atuais ministros coloca o país no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Queira-se ou não, é um êxito notável.
Pedro Passos Coelho
Tudo lhe corre de feição, desde a imagem “nova” ao silêncio dos barões do seu partido, passando pelo desgaste brutal a que o Governo está sujeito pela crise: a que temos e a que há-de vir. Curiosamente, o PSD não “descola” nas sondagens e o seu líder parece um pouco à deriva quando se sabe que não tem margem de manobra para votar contra o OE.
José Sócrates
Muitos esperariam vê-lo já vergado ao peso do ódio nacional, tantos os casos em que se viu envolvido (ou em que o envolveram), tanta a malfeitoria que permitiu, tantas as coisas que jurou que não fazia e fez, tanta a desilusão que espalhou por aí. O certo é que a sua determinação o tornou num osso muito difícil de roer. E quando podia estar “acabado”, resiste.
DESCE
Teixeira dos Santos
Chegou a ser a vedeta do Executivo, o intrépido navegante que conduzia as finanças da Nação sob a tempestade generalizada. Afinal, tudo se perdeu na bruma. A crise e as contas mal feitas arruinaram-no e a sua resposta é arrastar-nos com ele para a miséria. Nem Francisco Louçã seria capaz de pensar que iríamos parecer albaneses tão depressa.
Elevador da glória, publicado na edição impressa de Record de 16 outubro 2010