Foi um massacre. A derrota na primeira ronda da Liga, frente ao P. Ferreira, e o insucesso caseiro inicial contra o Brondby fizeram desabar a tempestade das críticas e os compreensíveis assobios dos adeptos sobre dirigentes, técnicos e jogadores do Sporting. Sempre assim foi o futebol, sempre assim será.
Mas se o fogo sobre os dirigentes assenta também noutras desilusões – a saída de João Moutinho constituiu uma dura provação, Tonel era titular e vai-se embora, Pongolle foi caro e não rendeu, etc –, já jogadores e técnicos merecem, depois da magnífica prestação na Dinamarca, uma palavra de apreço pelo muito que lutaram e sofreram, e também porque, ao longo de uma semana que parecia não ter fim, acreditaram no êxito, contra a lógica – como se a houvesse no futebol – e contra a descrença generalizada.
E de entre todos gostaria de destacar em particular a maior vítima da desconfiança, o líder que recebeu a pesada herança, o homem a quem, como ele diz, “nunca ninguém deu nada”. Com a devida vénia aos jogadores, que foram brilhantes, Paulo Sérgio é, para mim, o grande herói desta história. Chapeau!
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 28 agosto 2010