Segunda-feira será um dia marcante: termina o prazo para que um ex-secretário de Estado da Saúde entregue o plano de trabalho da comissão que irá coordenar a logística da recolha, armazenamento, segurança e distribuição das vacinas anticovid, bem como decidir quem se vai vacinar e onde. Enquanto alguns países anunciam já para dezembro a vacinação, por cá os “donos de quinta” vão ainda começar a discutir os poderzinhos de que cada um disporá.
Não está em causa a competência que ressalta do currículo do coordenador, Francisco Ramos, mas a sua autoridade para se impor num albergue que integra representantes da DGS, do Infarmed, das Forças Armadas, da Proteção Civil e de vários ministérios – um susto.
Passada a tempestade, os atrasos anteriores na tomada de decisões serão talvez esquecidos. Mas se da ação do saco de gatos promovido pelo Governo resultar o caos na vacinação, Rui Rio terá aí uma passadeira vermelha. E Costa de nada se poderá queixar.
Uma pergunta a concluir: que condições terá para liderar um canal de televisão, um grupo de investidores sem a mínima noção do ridículo? A sua penosa conferência de imprensa de há dias perdurará, por muitos anos, no anedotário da comunicação em Portugal.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 28nov20
Um albergue português
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