Algum dia a SIC teria de despertar do sono profundo com que ajudou a TVI a ser líder de audiências por 12 anos consecutivos. Foi por uma décima é certo – 18,6% contra 18,5% – mas conta na mesma e, em fevereiro. a estação de Paço de Arcos ficou finalmente à frente da de Queluz.
O acordar da SIC deu-se em simultâneo com a estranha letargia da concorrente, o típico fenómeno português que faz com que os vencedores ocasionais julguem sê-lo em definitivo e adormeçam à sombra da bananeira. E logo em televisão, meio que vive, mais do que qualquer outro, da capacidade de surpreender o consumidor. Mas basta ver a fraqueza da resposta da TVI ao “Programa da Cristina”, o imobilismo que levou à perda das tardes ou a aposta perdida com a pobreza de “First dates” para se perceber como quase tudo ruiu.
Já a TVI24, a celebrar 10 anos, se mostrou mais atrevida ao proclamar-se “líder de audiência no horário nobre”, divulgando um mapa do qual deixou cair… a CMTV! Só falta que a RTP3 se autofelicite, a seguir, pela liderança do que quiser. Afinal, é o primeiro dos canais de informação com exceção de todos os outros e esse feito, que nos sai do bolso, também merece bolo e velas. O que é preciso é não ter vergonha.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 2mar19
SIC à frente e TVI a dormir
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