Na TVI, “Gente que não sabe estar”, de Ricardo Araújo Pereira, sublinha, como cabe a um programa de humor, as contradições, os absurdos e os erros dos poderosos. É um reforço natural para a oposição – menos alvejada pelas críticas por ser menos protagonista – e que vem juntar-se, no suplício do Governo, a “Deus e o Diabo”, de José Eduardo Moniz, na estação de Queluz, e “A procuradora”, de Manuela Moura Guedes, na SIC.
São três pilares relevantes no desgaste a que se sujeita António Costa, como se não lhe bastasse o Diabo que acabou por chegar, não da forma prevista por Passos Coelho mas em doses maciças de aberturas de telejornais carregadas de greves, protestos e lamúrias. É a situação de crise em escolas e hospitais, a degradação de serviços públicos, o caos nos comboios, os problemas que se eternizam com técnicos, polícias e proteção civil, e por aí fora – é o inferno.
Acusado de ser especialista em propaganda, Costa minimizou os adversários e os 40% nas sondagens de há um ano, em vez de subirem rumo à maioria absoluta, caem para 38% – e logo agora que Rui Rio começa a afinar o tom. A televisão é hoje território do “inimigo”, que habilmente utiliza esse poder. António Costa está cercado.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 23fev19
Televisão cerca António Costa
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