Com Sporting e FC Porto a atribuírem às arbitragens as culpas pelos resultados negativos, no Benfica percebeu-se não ser conveniente ficar a ouvir o chilrear dos passarinhos. E o inacreditável prejuízo sofrido pelos encarnados no jogo contra o Boavista, seguido das duas derrotas consecutivas, lançaram na Luz o pânico que leva Vieira e companhia a reunir-se esta semana com o Conselho de Arbitragem, que ainda há pouco recebeu os portistas e que a seguir ouvirá as queixas de quem mais lhe bater à porta. Trata-se de um diálogo inútil, já que dos emissores se ouvirá a defesa da tese da mania da perseguição, que sempre dá muito jeito, ao que os recetores responderão com a habitual conversa redonda. É um filme com décadas, uma lamúria interminável.
O que já não pertence ao mundo da ficção é o que regista a Liga da Verdade que Record publica à quarta-feira. Contando apenas com os erros grosseiros que se refletiram nos resultados, ou seja, golos mal anulados ou mal validados, e grandes penalidades não marcadas ou indevidamente assinaladas, o Benfica teria mais um ponto, o Sporting mais três e o FC Porto mais nenhum. Nada que alterasse substancialmente a atual classificação.
Coisa diversa é o que se vê na mesma rubrica do Record: 26 jogos com a mentira escarrapachada no marcador final. Mas isso não é uma cabala, é a incompetência desta geração de árbitros e de quem os formou, seleciona e dirige. Se voltasse, Vítor Pereira estaria mais que perdoado.
Canto direto, Record, 20FEV17
Árbitros e lamúrias, o filme interminável
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