Era capaz de jurar que nunca mais veríamos Jorge Jesus cair de joelhos, como aconteceu no Dragão após a assistência de Liedson para o pontapé da vida de Kelvin, que tirou o campeonato ao Benfica. Enganei-me. Ontem, após a derrota frente ao Sp. Braga, o treinador surgiu na Sporting TV com o rosto desfigurado, marcado por uma angústia que nos remetia para o pesadelo que viveu naquela noite de sábado, 11 de maio de 2013.
Eliminados da Champions, afastados da Liga Europa, vencidos na Luz pelo velho rival, os leões atravessam uma fase de esgotamento físico e de quebra de confiança. Jogam, como diz o capitão Adrien, mais com o coração do que com a cabeça.
A fasquia alta colocada por Bruno de Carvalho em termos de objetivos para esta época – a seguir ao falhanço que foi a última – e a jactância verbal de Jesus colocam ambos numa situação difícil perante os adeptos que acreditaram no que lhes prometeram e veem hoje o líder a 8 pontos. Mas não ficarão empatados nessa responsabilidade. A política das acusações permanentes, que parece não estar a dar os resultados pretendidos, tantos têm sido os desaires neste dezembro, deixará, mal chegue a hora, o treinador no patíbulo. Sozinho, claro.
Nota final: aquele que é acusado de não aparecer em jogos importantes marcou mais três golos numa final – chegou aos 55 em 2016 – e tornou-se no primeiro futebolista da história a ganhar, no mesmo ano, o Europeu, a Liga dos Campeões, o Mundial de clubes e a Bola de Ouro. Tinha de chegar o dia, eis o ocaso de Cristiano Ronaldo.
Canto direto, Record, 19DEZ16
E Jorge Jesus acabará só
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